O mundo é um lugar cada vez mais perigoso para os jornalistas. Em média, mais de 30 jornalistas são mortos todos os anos, e os assassinos ficam impunes em quase nove de cada 10 casos. A cada ano, centenas de jornalistas são agredidos, ameaçados ou perseguidos. Muitos são seguidos ou têm seus telefonemas e comunicações via internet interceptados. Mais de 150 ficaram atrás das grades em algum momento, alguns sem terem sido acusados por qualquer crime. Ao menos 35 jornalistas estão desaparecidos. No exercício da profissão, os jornalistas enfrentam forte estresse emocional quando cobrem histórias envolvendo dor ou morte, de abuso sexual de crianças a ataques terroristas contra civis.


 

i Introdução: Um Novo Mundo de Notícias


Um Trabalho Perigoso: Fatalidades 1992 – 1914

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2014

1992


O mundo é um lugar cada vez mais perigoso para os jornalistas. Em média, mais de 30 jornalistas são mortos todos os anos, e os assassinos ficam impunes em quase nove de cada 10 casos. A cada ano, centenas de jornalistas são agredidos, ameaçados ou perseguidos. Muitos são seguidos ou têm seus telefonemas e comunicações via internet interceptados. Mais de 150 ficaram atrás das grades em algum momento, alguns sem terem sido acusados por qualquer crime. Ao menos 35 jornalistas estão desaparecidos. No exercício da profissão, os jornalistas enfrentam forte estresse emocional quando cobrem histórias envolvendo dor ou morte, de abuso sexual de crianças a ataques terroristas contra civis.

O mundo tornou-se um lugar menor para os jornalistas também. A tecnologia digital possibilitou a praticamente todos acompanharem não apenas os eventos em tempo real, como também reportagens de jornalistas ou meios de comunicação específicos. Indivíduos corruptos e violentos em todo o mundo compreenderam não somente como a informação serve para formar a opinião pública, mas também como o trabalho de jornalistas individuais pode ameaçar suas atividades. Em alguns países, o partidarismo sem precedentes nos meios de comunicação a cabo, transmissão de televisão e da internet obscureceu a linha divisória entre jornalistas e ativistas, o que aumenta a desconfiança a respeito da noção de que os jornalistas são observadores neutros ou profissionais. O resultado é um ambiente mais hostil, seja em pequenas cidades tranquilas ou em zonas de guerra internacionais. Hoje, mais do que nunca, jornalistas de todo o mundo precisam cuidar de si mesmos e de seus colegas.

O negócio das notícias também mudou. Os cortes nas redações provocaram o aumento de freelances que estão cobrindo as notícias de maior impacto, desde tsunamis do outro lado do oceano, acidentes em rodovias locais, derramamento de petróleo no mar, até protestos políticos, conflitos armados e crime organizado. Embora muitos destes colaboradores possuam credenciais de imprensa de meios de comunicação importantes, continuam sendo profissionais contratados responsáveis por sua própria preparação, equipamento, segurança e cuidados. Os jornalistas cidadãos de todos os tipos enfrentam os mesmos desafios. Colaboradores voluntários estão enviando notícias para as redes que utilizam as novas mídias com pouca ou nenhuma ajuda ou treinamento. Atualmente, mais jornalistas do que nunca estão decidindo que pautas cobrir e como realizar essa cobertura. Em outras palavras, estão trabalhando em grande parte por conta própria.

Este guia detalha o que os jornalistas necessitam saber em um mundo novo e em mudança. É destinado a jornalistas locais e internacionais com diferentes níveis de experiência. O guia descreve a preparação básica para os novos jornalistas que estão realizando seus primeiros trabalhos ao redor do mundo, oferece informações atualizadas para os jornalistas já experientes que estão retomando suas atividades de campo, e fornece conselhos sobre questões complexas, como segurança digital e avaliação de ameaças sofridas pelos jornalistas com todos os níveis de experiência.


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1. Preparação Básica
 



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